segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Utopia

De um modo geral, eu resmungo no final do dia (ou no meio dele) de como meu trabalho é estressante. Esperando o metrô, fico parada com minha cara de acabada e volta e meia dou aquele ''sorriso'' sem graça. Ele me olha, e entre um “aham" e " uhum", ri de mim tentando me fazer rir também.
Se ele percebe que '' a coisa ta feia'' ele me oferece massagens pra quando chegarmos em casa. O que normalmente é ao contrário, já que ele faz cara de cachorro sem dono e eu assim aceito em cumprir a missão me sentindo heroína. Ele estuda, trabalha, cria, inova, malha (ou tenta), prepara sempre uma comida gostosa com cara de comida de mãe e ainda encontra tempo para me amar ou implicar. 
Quando nos conhecemos, eu passei o caminho todo até encontrá-lo imaginando o que aconteceria pelo resto da noite e onde eu estava com a cabeça por estar tão eufórica. Mesmo ansiosa, me arrumei tão básica.. parecia uma prévia do que estava por vir: algo tão simples e consistente. Hoje, ele me acha linda de cabelo molhado,  suada andando na rua no calor do Rio de Janeiro ou só de camisola. Mesmo assim, ele espera eu escolher entre 2169464 vestidos. Aí ele diz que eu estou linda ou me chama de gostosa. Ele diz que me ama e que tesão em  mim não falta. E se a gente fala de  ciúmes ele diz que tem medo de me perder.
Engraçado, como é louco o amor. Meu ego chega até gostar disso um bocado  porque no dia que ele se der conta que é infinitamente melhor do que qualquer homem nesse mundo, talvez procure uma mulher infinitamente melhor do que eu. E há dezenas de super mulheres.
Grande sorte a minha. Não sei como, ele gostou  dos meus comentários debochados, dos palavrões disparados e por meus olhos e suas bolsas d'água.
Ele é incrível e nem desconfia.  
Me pergunto até hoje o que fiz para ter chamado a atenção dele.
Você já parou para pensar o quanto é extraordinário ser o amor do seu amor?